sábado, 29 de outubro de 2011

Mais uma campeã nos esportes!!!!

     Seu nome? Fernanda Alcantara. Sua idade? 16 anos. Quem olha para ela, diz logo que é uma menina meiga, tranqüila e bonita. Porém, é só entrar no dojô (popularmente conhecido como tatame) que Fernanda se mostra a campeã mundial que é. Dona de três títulos importantes (campeã estadual do Rio de Janeiro, campeã brasileira e campeã mundial juvenil), a atleta é moradora de Araruama, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro. Hoje, Fernanda dá uma entrevista para o blog Rio: Cidade Olímpica e vocês conferem com exclusividade aqui! Leia agora a entrevista na íntegra.

E aí, Fernanda, como você começou no Jiu Jitsu?
     Bom, quem me incentivou foi a minha amiga. Ela me chamou para ir pra uma academia, sendo que não é a academia dela. Aí eu fui. Ela me levou, foi em alguns treinos comigo… Só que ela decidiu mudar de academia. Eu comecei a treinar lá, e gostei. Lá tem bastante menina. A menina que gosta mesmo fica. (…) Ai, eu gostei e logo assim, com uns 7 meses eu peguei a faixa azul.

E como sua família recebeu a informação: “vou lutar”?
Premiação do campeonato estadual RJ
     Ah, meu pai no começo não gostou muito não. Quer dizer, não meu pai. Mais a minha mãe. Ela disse: “Ah, vai se machucar… arranjar encrenca” esse tipo de coisa. Mas eles dão força.

E os amigos?
     Ah, tem uns que falam “Ah, to com medo”, brincando….

A luta é associada aos homens, tanto por lutar, quanto por gostar de ver lutas. Como que você, sendo mulher vê isso?  A luta também é um lugar para mulheres? Dá pra ser igual ou vocês ainda têm muito espaço para conquistar?
     Olha, tem que pular o preconceito. Mas está em um pé de igualdade. Na minha academia é mais menina do que menino.

Vocês batem nos meninos lá?
     (risos) Ah, de vez em quando. Dá pra levar.

E se o pessoal mexer na rua com você?
     Eu finjo que nem escuto (risos)

Você não tem o receio de ficar com a orelha estourada igual à maioria dos lutadores?
     Não, não fica não. Só fica quem leva muita porrada na orelha. É mais coisa de homem mesmo. É pra quem quer, na verdade.

Você pretende viver o Jiu Jitsu como profissão ou hobby?
     Um hobby. Mais como um hobby

Não dá para viver lutando não?
     Na verdade, no Brasil, não. Só os lutadores, UFC, e assim mesmo, fora do Brasil. Ou então formar uma academia. O problema é que as academias, normalmente, não crescem muito.

Você se vê no UFC?
     Não. É muita porrada. Assim, não.
Premiação campeonato brasileiro

O Jiu Jitsu não é um esporte olímpico. Muita gente vem tentando incluí-lo nas competições esportivas mundiais. Como você vê essa situação?
    A culpa disso é por haver muita confederação. O esporte tem que ter uma confederação. Pronto e acabou! Só que por haver muitas confederações, isso acaba atrapalhando a inclusão dele nas Olimpíadas. No mais, eu acredito que tem que ser, por que é o início de várias lutas. O Judô veio do Jiu Jitsu. O Judô não veio primeiro do que o Jiu Jitsu. Então, é mais do que justo essa inclusão.

Se o esporte se tornar olímpico, você sonha em estar nas Olimpíadas?
    Lógico, com certeza!

Você tem três títulos expressivos. Colocando em ordem, quais são os mais importantes?
     Em ordem, o mundial,  o brasileiro e o estadual. Todos obtidos aqui no Brasil.

Como você conquistou o título estadual?
     Bem, no estadual eu lutei duas vezes com a mesma menina. Eu lutei a primeira, abri a chave como se fala, e ganhei. Ela lutou com outra garota e ganhou. Lutei novamente com ela e fui campeã. Foi o meu primeiro título importante.
E o campeonato brasileiro, como foi?
     Nossa, eu fui nervosa pra caramba. Já tinha até visto a menina lutar. Fui como uma amiga minha diz: “tem que ir rindo, brincando… senão, não dá certo” Aí, fui rindo e brincando. Foi mais tranqüilo do que eu imaginava.

E o mundial?
   Bom, eu consegui um patrocínio pra ir a São Paulo. Só os faixas coloridos da minha academia foram (faixas coloridas são aquelas após a faixa branca). Engraçado que só as meninas ganharam e elas lutam mesmo, pra valer. Tive uma luta e ganhei porque a menina foi desclassificada. Ela me aplicou o Bate-Estaca, que levanta o lutador e joga de costas no chão. Só que esse é um golpe proibido.

O que mudou na sua saúde? No seu corpo? No seu crescimento?
    Eu ganhei quase 10 quilos de massa muscular. Não cresci tanto porque acho que o músculo atrapalha um pouco, né? Gostei, pois me achava muito magra e meu condicionamento físico melhorou. Antigamente eu tinha muitas crises de bronquite. Agora dei uma melhorada. Corria um pouquinho e já estava cansada. Agora, não. Melhorou muito, no geral.

E como é o seu dia a dia?
     De manhã eu fico em casa. À tarde vou para a escola Às vezes passo em casa, lancho. Outras vezes, saio da escola e vou direto para o treino. Lá, começa às 7 da noite e termina às 9. Até eu vir pra casa, eu chego 10, 10 e meia.

Premiação campeonato mundial
Todos os dias?
     Normalmente eu vou três vezes por semana. Quando tem competição eu vou todos os dias na semana.

Você está em que faixa?
    Azul. Quando eu estiver com dois anos de azul eu poderei pegar a faixa roxa.

Muito judoca tem uma picuinha com o lutador de Jiu Jitsu. Como você trata disso?
     Eu gosto do judô. Não pratico, mas eu gosto. Não vejo nada de mais, não. Mas, pra mim, eu acho o Jiu Jitsu mais completo. Já me chamaram pra fazer Judô, mas não quis não.


     Quer saber mais sobre a atleta Fernanda Alcantara? Acesse os links abaixo:

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