Desde resquícios da história da Região Portuária até desafios de engenharia, obras do MAR e da Escola do Olhar representam uma verdadeira aula de Rio
Atualmente, aproximadamente 300 funcionários estão empenhados em dar forma ao espaço dedicado às artes, que ocupará os prédios do Palacete Dom João VI e do antigo Hospital da Polícia Civil, na Praça Mauá.
– Nesse primeiro momento, nós estamos fazendo toda a demolição das alvenarias internas e a parte do coroamento do prédio, que é toda em concreto, para que a gente possa fazer, lá no último pavimento, um restaurante – explica Cláudia Coutinho, coordenadora de projetos da Fundação Roberto Marinho, parceira da Prefeitura do Rio na execução da obra.
Com orçamento previsto de R$ 43 milhões, o projeto dos arquitetos Paulo Jacobsen e Thiago Bernardes pretende integrar os dois prédios de características distintas – o palacete, de 1916, com estilo eclético, e o prédio do antigo hospital, da década de 1940, em estilo modernista.
No início dos trabalhos do prédio da Escola do Olhar foram encontrados vestígios arqueológicos do antigo nível da Praça Mauá, incluindo dormentes das linhas de bondes, cerâmicas e outros objetos. O trabalho de cadastro e identificação do que foi encontrado está sob responsabilidade da arqueóloga Guadalupe Nascimento.
– Uma das etapas do nosso trabalho é a educação patrimonial. Então, ela vai focar não só em crianças da rede municipal de ensino, mas também nos operários. Eles recebem quinzenalmente aulas sobre o nosso trabalho, sobre patrimônio e arqueologia – lembra Guadalupe, ressaltando que essa educação é essencial para o bom desenvolvimento do trabalho e o cuidado com o material encontrado.
Instalado em local privilegiado na Praça Mauá, entre as avenidas Venezuela e Rodrigues Alves, o Museu de Arte do Rio proporcionará a seus visitantes uma das vistas mais bonitas do Porto. A marquise da primeira rodoviária do Rio, colada aos prédios e tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), será integrada ao museu. A rua ao lado, junto à atual sede da Polícia Federal, será interditada e fará parte da área interna do MAR.
A ligação entre os dois prédios será feita por uma passarela e uma estrutura fluida que simulará o movimento das ondas do mar e cobrirá os dois prédios.
– Um elemento muito importante para o projeto foi a cobertura fluida, é um elemento marcante, que parte da Escola do Olhar, passa por cima do vazio entre os dois e finaliza quase que abraçando os dois edifícios – conclui o arquiteto Ricardo Castello Branco, que faz parte do escritório que assinou o projeto do museu.
Por cidadeolimpica.com
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