sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Mergulho na arte com olhar privilegiado no Porto Maravilha

Desde resquícios da história da Região Portuária até desafios de engenharia, obras do MAR e da Escola do Olhar representam uma verdadeira aula de Rio

Mesmo com o trabalho pesado de desconstrução do prédio onde será instalada a Escola do Olhar, porta de entrada do Museu de Arte do Rio, já é possível imaginar no que os ambientes amplos se transformarão até o fim de 2012.
Atualmente, aproximadamente 300 funcionários estão empenhados em dar forma ao espaço dedicado às artes, que ocupará os prédios do Palacete Dom João VI e do antigo Hospital da Polícia Civil, na Praça Mauá.
– Nesse primeiro momento, nós estamos fazendo toda a demolição das alvenarias internas e a parte do coroamento do prédio, que é toda em concreto, para que a gente possa fazer, lá no último pavimento, um restaurante – explica Cláudia Coutinho, coordenadora de projetos da Fundação Roberto Marinho, parceira da Prefeitura do Rio na execução da obra.
Com orçamento previsto de R$ 43 milhões, o projeto dos arquitetos Paulo Jacobsen e Thiago Bernardes pretende integrar os dois prédios de características distintas – o palacete, de 1916, com estilo eclético, e o prédio do antigo hospital, da década de 1940, em estilo modernista.

Claudia Coutinho, da Fundação Roberto Marinho: integração entre estilos de 1916 e 1940

No início dos trabalhos do prédio da Escola do Olhar foram encontrados vestígios arqueológicos do antigo nível da Praça Mauá, incluindo dormentes das linhas de bondes, cerâmicas e outros objetos. O trabalho de cadastro e identificação do que foi encontrado está sob responsabilidade da arqueóloga Guadalupe Nascimento.
– Uma das etapas do nosso trabalho é a educação patrimonial. Então, ela vai focar não só em crianças da rede municipal de ensino, mas também nos operários. Eles recebem quinzenalmente aulas sobre o nosso trabalho, sobre patrimônio e arqueologia – lembra Guadalupe, ressaltando que essa educação é essencial para o bom desenvolvimento do trabalho e o cuidado com o material encontrado.
 

José Barbosa, mestre de obras: aprendendo o que representa cada relíquia desenterrada

Instalado em local privilegiado na Praça Mauá, entre as avenidas Venezuela e Rodrigues Alves, o Museu de Arte do Rio proporcionará a seus visitantes uma das vistas mais bonitas do Porto. A marquise da primeira rodoviária do Rio, colada aos prédios e tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), será integrada ao museu. A rua ao lado, junto à atual sede da Polícia Federal, será interditada e fará parte da área interna do MAR.
A ligação entre os dois prédios será feita por uma passarela e uma estrutura fluida que simulará o movimento das ondas do mar e cobrirá os dois prédios.
– Um elemento muito importante para o projeto foi a cobertura fluida, é um elemento marcante, que parte da Escola do Olhar, passa por cima do vazio entre os dois e finaliza quase que abraçando os dois edifícios – conclui o arquiteto Ricardo Castello Branco, que faz parte do escritório que assinou o projeto do museu.

Por cidadeolimpica.com

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