Por Globo.com
Foto: Pablo Jacob/Agência O Globo |
A Defensoria Pública da União entrou com uma ação na Justiça Federal, nesta quinta-feira (25), pedindo o tombamento do antigo Museu do Índio, ao lado do Maracanã, na Zona Norte do Rio. Como mostrou o RJTV, a ação cvivil pública pede que o espaço seja transformado em um centro cultural indígena.
Na última segunda-feira (22), o governo do estado anunciou a demolição do prédio, para atender aos padrões internacionais de circulação de público. A área vai servir para agilizar a saída de pessoas do Complexo do Maracanã, uma exigência do comitê organizador da Copa.
Em nota, o governo do estado afirmou que na próxima segunda-feira (29) vai assinar a escritura de compra do terreno, que custou R$ 60 milhões.
Fifa diz que não pediu demolição
Nos últimos dois anos, a Defensoria Pública da União tenta preservar o casarão. A Federação Internacional de Futebol (Fifa) recebeu um ofício para dar esclarecimentos sobre o caso.
Em documento, a Fifa afirmou que "nunca solicitou a demolição do museu ao governo do estado e que a preservação de edifícios de valor cultural e histórico está em linha com os objetivos da instituição."
“O museu tem reconhecido valor arquitetônico, cultural, histórico. Temos um laudo do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia, que é enfático neste sentido, dizendo que a distância que ele está do Maracanã, ele não atrapalha a circulação de pessoas”, disse o defensor público, André Ordacgy.
Abandono no Museu do Índio
Depois de mais de 30 anos de abandono, o que se vê não poderia ser diferente no Museu do Índio. Existem até raízes no que sobrou do primeiro Museu do Índio, criado pelo antropólogo Darcy Ribeiro, em 1953.
No prédio do início do século passado, que fica ao lado do estádio do Maracanã, a instituição funcionou por 25 anos. Mas, desde o fim da década de 70, nenhuma reforma foi feita no bem cultural.
Nos últimos seis anos passaram a viver no local cerca de 60 índios de 17 tribos do país, que dizem ter ocupado o terreno para preservá-lo. Eles chegaram a construir pequenas casas e até uma oca, onde procuram manter todas as tradições.
“Para mim, é um prédio que tem um grande significado na história dos povos indígenas”, disse o índio Garapira Pataxó.
O defensor público André Ordacgy disse também que vai entrar com outra ação civil pública, pedindo a permanência dos índios, já que eles moram ali há mais de cinco anos e têm direito ao usucapião do terreno.
O defensor público André Ordacgy disse também que vai entrar com outra ação civil pública, pedindo a permanência dos índios, já que eles moram ali há mais de cinco anos e têm direito ao usucapião do terreno.
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