Foto: Jornal O Dia |
5 dias. Este foi o tempo de trabalho que os operários tiveram para fazer as obras na Praça Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, para a construção de uma das estações da
Linha 4 do metrô. Mal terminou a colocação dos tapumes no entorno da praça, a obra foi interrompida. Desde sexta-feira, o consórcio Rio
Barra, responsável pelas obras da linha 4 que vai ligar a estação Ipanema à Barra, retirou todos os operários do canteiro, acatando
uma decisão da Justiça.
A interrupção das obras foi ordenada nesta sexta, pela juíza
Neusa Alvarenga Leite, da 14ª Vara de Fazenda Pública do Rio. Ela concedeu uma
liminar impedindo o prosseguimento das obras no local. Uma ação cautelar foi movida por moradores do bairro. Eles fazem parte do Projeto Segurança de Ipanema, grupo de moradores
que vem contestando o projeto e que quer que o consórcio e o governo
apresentem métodos alternativos para a construção da estação.
De acordo com a coordenadora do grupo, Ignez Barreto, "não somos contra a obra, nem contra a Linha 4. Só não queremos que a
praça seja destruída, nem que os métodos escolhidos para a construção ponham em
risco nossa segurança e nosso bem-estar. Existem técnicas que possibilitam a
construção sem que uma cratera tenha que ser aberta na praça. Queremos
transparência".
A decisão da juíza determina que especialistas façam uma análise
técnica, com vistorias e verificações, de forma a determinar se há ou não uma
alternativa ao projeto. E afirma que, enquanto o laudo não for expedido, as
obras devem ser interrompidas.
O governo e o consórcio Rio Barra afirmaram que vão recorrer da decisão.
Foto: Agência O Globo |
Esta é mais uma polêmica que envolve a construção da estação do metrô na praça Nossa Senhora da Paz. Alguns moradores temem que as
escavações causem danos às edificações e às árvores da praça.
Ignez Barreto ainda reclama da falta de diálogo do Governo do Estado. Ela quer mostrar que as entradas podem ficar no calçadão da Rua Visconde de
Pirajá, o que preservaria a praça e serviria de incremento para o comércio do
bairro. "Queremos mais transparência. Eles se recusam a dialogar. A falar sobre
os impactos do projeto e dar garantias de que os prédios não serão afetados.
Eles dizem que iriam reconstruir a praça, mas ouvimos vários especialistas que
afirmaram que muitas das árvores não poderão ser replantadas. Essa ação foi
movida como um ato extremo, uma vez que eles já iam começar a derrubar a praça", disse Ignez .
Em junho deste ano, mais precisamente, no dia 25, o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, e a presidente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Marilene Ramos, apresentaram a licença de instalação da estação da Nossa Senhora da Paz. Esta licença, porém, foi aprovada com várias restrições. Uma delas, a
redução do número de árvores a serem transplantadas: de 113 para 17. O Inea exigiu também o replantio de 400 árvores no
bairro.
O Governo do Estado do Rio não divulgou o mapeamento das árvores que serão removidas. Garantiu apenas que as árvores menores que ficam na parte central serão
transplantadas. Ela serão retiradas e levadas para um horto até que as obras estejam prontas. Depois, essa árvores serão replantadas na praça. As maiores,
localizadas nas extremidades da praça, não serão retiradas.
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