Após obter uma liminar na Justiça que suspendeu as obras da Linha 4 do metrô - que vai ligar a Zona Sul do Rio à Barra da Tijuca, na Zona Oeste - o grupo de moradores afirma que não é contra mais uma estação de metrô no bairro e sim contra a destruição da Praça Nossa Senhora da Paz, onde está prevista a construção. "Queremos o metrô, o que não queremos é que a Praça Nossa Senhora da Paz seja destruída pelas obras", afirmou Ignez Barreto, coordenadora do Projeto de Segurança de Ipanema, representante do grupo.
Uma das principais reclamações do grupo, segundo ela, é o método usado nas obras em Ipanema. "O método de construção chamado 'vala aberta', que eles pretendem usar, abre um buracão e tira tudo ao redor. Eles dizem que vão replantar essas árvores centenárias e todos os engenheiros ambientais dizem ser impossível. Já o método subterrâneo, defendido por nós, não atinge a superfície do terreno, não precisa fechar a praça, é sem impacto, sem barulho, sem poeira", explicou Ignez.
Nesta segunda-feira (29),
o governo do estado conseguiu suspender a liminar obtida pelo grupo. Com isso, as obras da Linha 4 na Zona Sul - que estavam paralisadas desde sábado (27) - serão retomadas nesta terça-feira (30). Mas Ignez afirmou que o grupo vai recorrer.
o governo do estado conseguiu suspender a liminar obtida pelo grupo. Com isso, as obras da Linha 4 na Zona Sul - que estavam paralisadas desde sábado (27) - serão retomadas nesta terça-feira (30). Mas Ignez afirmou que o grupo vai recorrer.
Apesar de a ação ser em nome de seis pessoas, Ignez garante que o grupo tem um respaldo muito maior. "Resolvemos entrar na Justiça com seis pessoas porque tínhamos pressa, já que sabíamos que, após as eleições, as obras começariam. E, além do mais, essas ações são caras. Mas temos mais de 25 mil assinaturas de moradores".
A representante do grupo pede que o governo esteja aberto ao diálogo e ouça as sugestões dos moradores. "Procuramos o governo, levamos nossas sugestões, pedimos para o governo ouvi-las, para marcar reunião. Uma obra que vai ter tamanho impacto no bairro não pode ser feita sem que as pessoas sejam ouvidas. Queremos que o governo tenha transparência, dê garantias de que nem a população e nem os imóveis corram risco onde vai passar o 'tatuzão' no subsolo", completou.
'Gente diferenciada'
A presidente da Associação de Moradores de Ipanema (AMIpanema), Maria Amélia Loureiro, garante que houve diálogo. "Houve várias reuniões com associações registradas, com CNPJ, que representam o bairro; participamos o tempo inteiro", afirmou. "Queremos a estação, a praça não vai ser destruída, a estação será construída embaixo do miolo da praça, negociamos que os acessos fossem construídos do lado de fora da praça. Esse acesso vai ser tão reservado. O que não pode é impedir que se entre na praça", avaliou.
A presidente da Associação de Moradores de Ipanema (AMIpanema), Maria Amélia Loureiro, garante que houve diálogo. "Houve várias reuniões com associações registradas, com CNPJ, que representam o bairro; participamos o tempo inteiro", afirmou. "Queremos a estação, a praça não vai ser destruída, a estação será construída embaixo do miolo da praça, negociamos que os acessos fossem construídos do lado de fora da praça. Esse acesso vai ser tão reservado. O que não pode é impedir que se entre na praça", avaliou.
Para Maria Amélia, o que esse grupo pretende, na verdade, é tentar impedir a chegada de moradores de outras áreas, como o subúrbio do Rio, ao bairro da Zona Sul. "Esse movimento é preconceituoso, não quer que 'gente diferenciada' venha para Ipanema", disse a presidente da AMIpanema, citando termo que teria sido usado por moradores de Higienópolis, bairro nobre de São Paulo, que queriam impedir a construção de uma estação do metrô em avenida da região. Depois do protesto dos moradores, a empresa desistiu de construir estação naquele local.
"É claro que a nova estação vai atrair muita gente para o bairro, vai ter uma superpopulação. É complicado, mas não podemos impedir. Uns poucos não querem o metrô, mas os milhões que formam a população do Rio de Janeiro querem, os estudantes, os trabalhadores, os comerciantes, os turistas", avaliou. "Quem não quer são as socialites que moram em Ipanema. Mas elas nunca tomaram o metrô e nem vão tomar, têm carros com motoristas", finalizou Maria Amélia.
Mas outra moradora que é contra a construção dos acessos ao lado dos portões da praça negou. "Nosso grupo não é nada elitista. Não somos contra a construção do metrô. Queremos o metrô, mas não dentro da praça, uma das poucas da Zona Sul do Rio", disse Ana Paula Romeiro.
Maquete de acessos
Em agosto, o grupo que defende mudanças no projeto da Estação Nossa Senhora da Paz levou para as ruas uma maquete em tamanho real para mostrar a localização exata de onde gostaria que fossem construídos os acessos: em frente à praça, mas do outro lado da rua, nas calçadas da Rua Visconde de Pirajá, nas esquinas das ruas Maria Quitéria e Joana Angélica.
Em agosto, o grupo que defende mudanças no projeto da Estação Nossa Senhora da Paz levou para as ruas uma maquete em tamanho real para mostrar a localização exata de onde gostaria que fossem construídos os acessos: em frente à praça, mas do outro lado da rua, nas calçadas da Rua Visconde de Pirajá, nas esquinas das ruas Maria Quitéria e Joana Angélica.
A localização distribuída em quatro pontos, de forma que os usuários do metrô não precisem passar por dentro da praça.
Posição da Linha 4
O Consórcio Linha 4 Sul do metrô afirma que o projeto foi debatido com a população e que foram feitas duas audiências públicas, além de encontros com associações de moradores e de empresários.
O Consórcio Linha 4 Sul do metrô afirma que o projeto foi debatido com a população e que foram feitas duas audiências públicas, além de encontros com associações de moradores e de empresários.
Ainda segundo o consórcio, os acessos à estação foram definidos através de estudos que levaram em conta critérios de engenharia, segurança, comodidade e demanda. A empresa afirma que os usuários não vão precisar entrar ou cruzar a praça para acessar o metrô.
O metrô também alega que as mudanças pedidas pelo grupo de moradores tornaria a obra mais cara, colocaria em risco as estruturas de prédios vizinhos e não eliminaria a necessidade de escavações na região da Praça Nossa Senhora da Paz.
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