sábado, 6 de abril de 2013

Avenida Rodrigues Alves será transformada em uma via expressa

Por: Porto Maravilha

A operação urbana Porto Maravilha anunciou uma grande modificação no sistema viário da Região Portuária: a demolição do Elevado da Perimetral, a transformação da Avenida Rodrigues Alves em Via Expressa e a construção de uma nova rota, a Via Binário do Porto. A explicação ultrapassa razões estéticas: segue moderna concepção de mobilidade. Quando foi construído, no início dos anos 50, o viaduto que liga o Caju ao Aeroporto Santos Dumont tinha como objetivo servir de alternativa às vias de então - congestionadas e sem condições de ampliação. Também foi a solução de ligação entre as zonas Sul e Norte sem que os veículos passassem pelo centro da cidade. À época, viadutos surgiram como estratégia nas grandes cidades no mundo.














A Avenida Rodrigues Alves será transformada em Via Expressa, parte em túnel, parte na superfície. Ela servirá a quem cruza a área, como rota de passagem. Com a função de ligar o Aterro do Flamengo à Avenida Brasil e Ponte Rio-Niterói, terá 5.050 metros de extensão, com três faixas por sentido. O Túnel da Via Expressa terá 2.570 metros, do atual Mergulhão da Praça XV ao Armazém 7 do Cais do Porto. A parte subterrânea permitirá a transformação do trecho da Praça Mauá ao Armazém 8 em passeio público para circulação de pedestres, ciclistas e Veículo Leves sobre Trilhos (VLT).

Luiz Carlos de Souza Lobo, diretor de operações da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro (Cdurp), empresa da prefeitura responsável pelo Porto Maravilha, explica que a Via Expressa atuará como ligação direta da área da Avenida Brasil ao Aterro do Flamengo: "Ela não terá saídas. Será o meio mais rápido para os motoristas que querem cruzar a região sem acessar as ruas internas". Ele destaca a importância do Túnel da Via Expressa para o novo conceito de mobilidade urbana da Região Portuária.

As obras da Via Expressa tiveram início em outubro de 2012 com a abertura de um poço de serviço entre as ruas Sacadura Cabral e Venezuela, que serve como base para as escavações em duas direções, rumo ao Armazém 8 e à Praça Barão de Ladário, ponto de instalação de outro poço. Da Barão de Ladário, os trabalhos seguem para fazer a ligação com o Mergulhão da Praça VX. O poço de serviço é um recurso adotado na construção de túneis para reduzir impacto sobre o trânsito das cidades. A técnica cria espaço alternativo para a passagem de homens, máquinas e materiais (entrada e saída) a partir da instalação em terrenos e praças, reduzindo a necessidade de interdição de ruas e avenidas.

Hoje, estudos técnicos comprovam que a remoção da Perimetral é fundamental para melhorar o trânsito na região. E a decisão de demolir viadutos deste porte não é ideia exótica ou sem fundamentação. A Pesquisa Vida e Morte das Autovias Urbanas do Institute for Transportation & Development Policy (ITDP) apurou que 17 cidades dos Estados Unidos, da Europa e de países asiáticos já demoliram seus grandes viadutos.

Em substituição à Perimetral e à Rodrigues Alves, as vias Binário do Porto e Expressa vão acrescentar faixas de rolamento ao novo sistema viário, que ganhará em capacidade. De acordo com o Estudo de Tráfego da operação, por onde trafegavam 7.600 veículos por hora em horário de pico, passarão, no novo sistema, 10.500 veículos por hora. Atualmente passam pela Perimetral 4 mil veículos por hora. A nova Via Expressa terá capacidade para 6 mil. Com um número maior de faixas de rolamento, que subirá das oito atuais para 12 até 2016, haverá mais pistas para tráfego de veículos do que se tem hoje.

A transformação de parte da Rodrigues Alves em túnel abre espaço para a construção de um grande passeio público arborizado entre o Armazém 8 e a Praça Mauá, com 44 mil metros quadrados. "Para se ter ideia, corresponde a metade do Parque Madureira. Com isso, nós teremos uma grande faixa de área para convivência, passagem de pedestres e do VLT em uma área da cidade que começa a resgatar tesouros arqueológicos e sua vocação turística e cultural", explica o presidente da Cdurp, Alberto Silva.


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