Vinda do secretário-geral da entidade, Jérôme Valcke, na próxima semana, deve aparar últimas arestas com Congresso, que ainda luta por autonomia
Do Globo Esporte.com
Ainda que a resistência de congressistas continue sob o discurso de perda da soberania nacional ao oferecer privilégios à Fifa para a realização da Copa do Mundo 2014 que sejam nocivos a algumas de leis brasileiras, o governo federal e a entidade já teriam costurado um acordo que será sacramentado, provalmente, na próxima semana, com a vinda do secretário-geral Jérôme Valcke. Segundo o jornal "Estado de S. Paulo", a presidente Dilma Rousseff respaldou as necessidades da Fifa, tranquilizando-a, em encontro no início de outubro, em Bruxelas, na Bélgica.
O único aspecto que ainda careceria aparar as arestas é o da garantia de proteção aos direitos de transmissão e produtos licenciados, ligado ao alto comércio de pirataria no país, um dos temores de maior prejuízo dos organizadores do evento. O governo entende que a rede ilegal é extensa e não tem um plano já construído que agrade plenamente ao futuro parceiro.
Quanto à polêmica da meia-entrada, há um consenso anunciado há alguns dias. O próprio Valcke, homem-forte da Fifa destacado pelo mandatário Joseph Blatter, afirmou que aceita o benefício aos idosos, algo previsto em legislação federal. Mas a estudantes isso só deverá vir a ocorrer parcialmente, sob apoio do Estatuto da Juventude, que prevê meia-entrada para todos os "jovens" com idade entre 15 e 29 anos. Haverá cota limitada à escolha pela entidade. A venda de bebidas alcoólicas será permitida, e outros detalhes menores são vistos com cuidado e serão concedidos.
No Planalto, a comissão especial criada para debater e trazer soluções para a Lei Geral da Copa conta com oposicionistas e luta para evitar que se abra mão de parte do que foi estabelecido em contrato, em 2007, quando o Brasil foi apontado como o anfitrião do Mundial. O secretário-geral passará por sabatina de argumentos de deputados e senadores na terça-feira - outras 50 pessoas têm sido ouvidas, em longo processo. Há pouco tempo, Valcke elogiou os russos, destacando que, mesmo sete anos longe de sua competição, já deram aval à documentação pedida pela Fifa e cutucou o que chamou de "erros brasileiros".
A expectativa é de que, após aprovação do Congresso a suas emendas em relação ao texto original, de setembro, a tramitação da Lei se encerre finalmente em 2012, cerca de um ano antes da Copa das Confederações, evento-teste de 2013.
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