Antigo sonho de ambientalistas e cidadãos cariocas, o tratamento de esgoto da Zona Oeste já toma as ruas dos bairros da região. Com a parceria entre o Governo do Estado e a Prefeitura do Rio, diversas ruas do Recreio dos Bandeirantes, Santa Cruz e outras áreas já recebem as obras que vão impedir o despejo de esgoto in natura para os rios do complexo lagunar na região, que durante décadas ameaçava devastar a vida marinha nas reservas ecológicas da Barra da Tijuca e adjacências.A prefeitura ficou responsável por 21 bairros da Zona Oeste. A Foz Águas 5 venceu a licitação para organizar o sistema de coleta e tratamento de esgoto de Santa Cruz e bairros arredores. A empresa já iniciou o cadastramento de moradores da região que, atualmente, despejam o esgoto em fossas e na rede de águas pluviais. A expectativa é atualizar os dados de 325 mil usuários e, com isso, prestar um melhor atendimento e planejar com mais precisão e eficiência a expansão da rede coletora e de tratamento de esgoto. Os recursos serão aplicados na construção e reforma de 10 Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs), 2.100 km de rede coletora e 142 elevatórias.
A cobertura de esgoto tratado em Paciência, Santa Cruz e Vala do Sangue também aumentou, beneficiando 150 mil moradores. As intervenções fazem parte do Programa “Saneamento para Todos”, do Ministério das Cidades, com investimentos de R$ 280 milhões do governo federal e da prefeitura. Ao todo, estão sendo implantados mais de 250 km de novas redes de coleta, dos quais 60 km já foram concluídos.
– Eu via as obras aqui na minha rua, mas nem sabia para que servia. Moro em Santa Cruz há 60 anos, e quando cheguei não havia nem luz, nem asfalto, nada. Esgoto, então, era em vala. Hoje melhorou muito para nós, mas não era correto jogar tudo nos rios. Hoje em dia, isso não tem mais cabimento. Fico satisfeita que estamos cuidando do meio ambiente, é o futuro dos nossos filhos e netos que está em jogo – comemora Cirene Delfino, 64 anos.
A Foz Águas 5 já concluiu a reforma da Estação de Tratamento de Esgoto em Deodoro, onde acontecerão diversas provas das Olimpíadas como hipismo, mountain bike e várias outras. Além disso, a RioÁguas iniciou a instalação de sistemas coletores em ruas de Santa Cruz.
– Essas obras são fundamentais não só para as Olimpíadas, mas para o futuro da cidade. Serão um dos maiores legados dos Jogos para a população carente do Rio – afirma o diretor de obras da RioÁguas, Wilmar Lopes.
Já a Cedae ficará responsável pela Barra da Tijuca, Jacarepaguá, Recreio dos Bandeirantes e as Vargens Grande e Pequena. As obras também começaram há tempos. Segundo o presidente da Companhia, Wagner Victer, em 2007 – quando a cidade era apenas candidata à sede dos Jogos – a região não tinha nenhum tratamento de esgoto. Hoje já atinge 80% e chegará a 100% até 2015.
– Vamos elevar a qualidade do complexo lagunar não só das áreas olímpicas, mas já prevendo todo o desenvolvimento da região pelos próximos 30 anos – conclui Victer.
As obras de macrodrenagem do Programa de Recuperação Ambiental da Bacia de Jacarepaguá também estão recuperando os 2,6 km do Rio Pequeno, afluente do Rio Grande que desagua nas lagoas da região. Outros três canais da Zona Oeste – Rio Cação Vermelho, em Cosmos e outros dois em Guaratiba – foram desobstruídos graças a retirada de 12.400 metros cúbicos de material assoreado, representando a limpeza de 2,9km de curso d´água.
Veja, aqui, o vídeo das obras na Zona Oeste.
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