Por: Porto Maravilha
Mapa cicloviário da Zona Portuária do Rio. 17 km de vias para as bikes. |
Maior integração dos meios de transporte. Esta é a ideia do novo sistema viário da Região Portuária, que tem como principal objetivo dar prioridade ao pedestre, oferecendo transporte público de qualidade, e melhorar as condições para sua mobilidade. As mudanças incluem a implementação dos Veículos Leves sobre Trilhos, a integração com o BRT (Bus Rapid Transport) - que diminuirá a circulação de ônibus na área -, a criação e a ampliação de vias, além da construção de 17Km de ciclovias na Região Portuária.
Presidente da Ong Transporte Ativo, criada em 2003 com o objetivo de fomentar o diálogo sobre veículos alternativos entre a população e o poder público, o programador visual Zé Lobo diz que, nos últimos anos, cresceu o número de pessoas que usam a bicicleta no dia a dia. Segundo Lobo, esse acréscimo se deve justamente à saturação no trânsito dos veículos motorizados. Ele garante que a bicicleta é o melhor meio para percorrer pequenas e médias distâncias. "Se conseguirmos integrá-la ao ônibus, VLT, BRT, metrô e trens, essa área tende a se expandir. Ela atende muito bem a distâncias de 3 a 4 km", defende Lobo. "Quando a população tiver acesso a essa integração e a um sistema eficiente de ciclovias, vai preferir ir de bicicleta a ficar parada no trânsito."
Lobo vive o que prega - sempre que pode, opta pela bicicleta. Para chegar ao local da entrevista, no Largo de São Francisco da Prainha, ele, que mora em Copacabana, optou por percorrer o trajeto de bicicleta e metrô. De acordo com o documento "Ciclistas e o Código de Trânsito Brasileiro", Bíblia dos amantes das bikes, eles já podem andar nas ruas com preferência sobre os motorizados. Porém, sobram relatos de acidentes causados por carros e ônibus que não respeitam as bicicletas. Para quem se arrisca em meio aos veículos motorizados, as dificuldades são inúmeras. "Uma delas é a falta de bicicletários. O maior problema, no entanto, é mesmo a falta de educação dos motoristas. Todos se acham donos da rua. Temos que investir em campanhas de educação e respeito no trânsito", pondera Lobo.
Em outras cidades do mundo, como Londres e Amsterdam, já existe grande ligação dos outros meios de transportes com as ciclovias. Ano passado, nos Estados Unidos, pela primeira vez houve redução no número de carteiras de motorista emitidas. Zé Lobo ressalta ainda que a construção de ciclovias deve ser feita em partes. "A ideia é integrar primeiro uma região, por exemplo, a do Porto Maravilha. Essas ciclovias devem atender às demandas da população local", diz. Ele acredita que se cada bairro for alimentado com uma rede bem distribuída de ciclovia, a integração das ciclorrotas seria mais eficaz. "Esses pequenos grupos são muito mais importantes do que um plano geral para toda a cidade."
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