sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Interdição da Perimetral poderá tornar o trânsito do Rio ainda mais caótico

A tão esperada e comentada interdição do Elevado da Perimetral foi adiada pela Prefeitura do Rio, pelo menos até semana que vem. O anúncio foi feito ontem à noite pelo prefeito Eduardo Paes. Dentre os motivos, Paes afirmou que o atraso da obra de ampliação da estação das barcas em Niterói e um pedido do MP tiveram "peso importante" nessa decisão.

 De acordo com o presidente da Associação dos Usuários de Transportes Coletivos de Âmbito Nacional (Autcan), Waldir Cardoso, cerca de dois milhões de usuários de ônibus sofrerão os reflexos das mudanças que serão feitas no trânsito do Rio. Ele não tem dúvidas de que as mudanças vão provocar impactos no trânsito e que os usuários do subúrbio e Região Metropolitana do Rio serão os mais prejudicados com a interdição.

"Se a decisão era de derrubar a Perimetral, deviam primeiro concluir a Via Binário do Porto e reorganizar o trânsito no Centro, dando prioridade ao transporte coletivo. Isso já deveria estar sendo feito há bastante tempo e não uma semana antes do fechamento da Perimetral. As pessoas serão pegas de surpresa. Os usuários, os maiores prejudicados, jamais foram ouvidos. Os trabalhadores vão sofrer nos engarrafamentos e vão chegar atrasados ao trabalho. O plano de conexões é complicado porque o maior problema será chegar ao local da conexão", prevê Cardoso.

Em contato com o governador Sérgio Cabral, Waldir Cardoso sugeriu a ideia para ampliar de duas para três horas o prazo para usuários do bilhete único fazem baldeações no transporte coletivo: "Os usuários que partirem dos pontos mais distantes da Baixada Fluminense, Maricá e Itaboraí, por exemplo, dificilmente conseguirão embarcar na segunda condução em menos de duas horas se for confirmado o caos previsto para segunda-feira. A Avenida Francisco Bicalho não tem como suportar o volume de veículos procedentes de todo o estado para o Centro do Rio."

Para evitar maiores problemas, a Prefeitura do Rio prevê um reforço nas linhas de ônibus, trens e metrô. O incentivo ao transporte de massa é a principal saída para desafogar o tráfego, segundo Joaquim Dinis, diretor de Operações da CET-Rio. A meta da prefeitura é reduzir de 30% a 35% o número de automóveis no Centro.

A concessionária CCR Barcas vai operar com 100% da capacidade. Outros dois catamarãs entrarão em operação a partir do dia 18. No metrô, haverá um aumento de 40 mil lugares na capacidade do sistema nos horários de pico. Outra medida, que já entrou em vigor, é o fim de 1.449 vagas de estacionamento na região.

O secretário municipal de Transportes, Carlos Roberto Osorio, informou ainda que 15% da frota procedente de Niterói e São Gonçalo e 18% dos coletivos que ligam a Baixada Fluminense ao Rio vão deixar de passar pela Avenida Presidente Vargas.

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