segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

6 meses de vida, mas com problemas de gente grande.

Seis meses: esta é a idade do BRT da Transoeste, no Rio. Porém, nem tudo está às mil maravilhas. Buracos na pista exclusiva para ônibus articulados, parte do piso da ciclovia destruída e a ameaça de construções às margens da via compõem um retrato preocupante de um dos principais trechos da maior obra viária da primeira gestão do prefeito Eduardo Paes: o corredor Transoeste. Os problemas podem ser vistos entre as estações Mato Alto e Magarça, em Guaratiba. As falhas no asfalto fizeram inclusive com que, na sexta-feira, os BRTs tivessem de ser deslocados para uma das faixas destinadas aos outros veículos. A primeira fase do Transoeste, que liga a Barra a Santa Cruz e diminuiu sensivelmente o tempo do trajeto entre os dois bairros, tem pouco mais de seis meses de inaugurada.

Em vários trechos já é possível observar diferenças no asfalto. Em Guaratiba, remendos e falhas no pavimento podem ser contados aos montes, principalmente na pista dos ônibus articulados. Próximo à estação Mato Alto, no sentido Santa Cruz, o asfalto cedeu nos últimos dias criando grandes calombos até tudo se transformar em buraco e lama, impedindo a passagem dos BRTs. 
De acordo com Antonio Eulálio, engenheiro civil e conselheiro do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ), a possibilidade maior para o problema é falha na construção: "Não deve ter sido colocada alguma das camadas de base que precisa ser posta embaixo do asfalto. Isso prejudica a drenagem. O pavimento em placas de concreto, como existe no Alto da Boa Vista, por exemplo, apesar de pedir um investimento inicial mais alto, tem um custo de manutenção muito menor, dura muito mais."
Com pouco mais de uma semana, segunda fase da Transoeste (obra recém-inaugurada e que liga Paciência a Santa Cruz) foi interditada por causa de um bolsão d’água entre as duas estações.
Voltando à Guaratiba, a situação dos ciclistas não é das melhores. Próximo da estação Magarça, há trechos de ciclovia completamente destruídos. A Secretaria Municipal de Obras informou que “os reparos serão executados pela empreiteira, dentro da garantia da obra e sem custos adicionais à prefeitura, no prazo de até 60 dias”.
Desde sua inauguração, em junho do ano passado, o corredor expresso Transoeste tem passado por problemas, principalmente com colisões e atropelamentos envolvendo os ônibus articulados BRT. Cinco pessoas já morreram, sendo que, somente em setembro, três acidentes aconteceram em dias consecutivos. Outra questão que também já começa a preocupar os usuários é a superlotação dos coletivos. Entre julho e novembro, houve aumento de 77% na quantidade de passageiros, que chegou a 1.496.601. Nos horários de pico, principalmente entre 5h30m e 8h, os ônibus articulados já estão lotados, lembrando o sufoco por que passam os usuários dos trens e do metrô durante o rush. A prefeitura promete para março mais 12 veículos que farão o trajeto entre Barra e Santa Cruz. Atualmente, há 91 em circulação.

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