terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Mais uma polêmica no Rio de Janeiro

Vila Olímpica da Gamboa: centro de nova polêmica no Porto do Rio de Janeiro

Mais uma polêmica paira as obras do projeto Porto Maravilha. Depois da polêmica que envolveu a Escola Municipal Friedenreich (que poderá ser demolida pelas obras do Complexo do Maracanã), e que chegou a ser noticiada em diversos jornais do exterior,  mais um patrimônio público está ameaçado. Desta vez, é a Vila Olímpica da Gamboa. Tal ameaça ocorre porque uma parte do espaço dará lugar ao Centro Integrado de Operação e Manutenção (Ciom) do Veículo Leve Sobre Trilho (VLT) da Zona Portuária, que será gerido por empresa privada.
O projeto prevê a construção do prédio onde hoje estão as quadras de basquete, vôlei e handebol, o campo de futebol e a pista de atletismo. A vila atende a mais de 2,5 mil pessoas, a maioria do Morro da Providência.
A mudança está detalhada no edital de licitação feito pela Prefeitura do Rio para o sistema de transporte que vai circular no Centro. O documento diz que a área do complexo aquático também está comprometida para o empreendimento privado, mas a Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro (Cdurp), responsável pelo projeto, nega que as piscinas serão demolidas.
Neste edital, a Prefeitura do Rio justifica a desapropriação da vila ao considerar a área "apropriada, em localização e dimensão, para possibilitar o cumprimento do cronograma previsto para a implantação do VLT".
O prédio do Ciom cantará com oficinas, estacionamento com 30 vagas e setor operacional e administrativo. Ficará em um terreno de 18 mil m². A previsão é que a obra fique pronta no final de 2014.
Paes lançou ali projeto para Olimpíadas
Por ironia do destino, há três anos, a Vila Olímpica da Gamboa serviu de palco para o lançamento do “Rio em Forma Olímpico”. Na época, o prefeito Eduardo Paes defendeu o projeto dizendo que o objetivo era incentivar a prática esportiva entre crianças e jovens de comunidades e buscar novos talentos. A ideia foi motivada pela escolha do Rio como sede dos Jogos 2016.
Criado em 2004, enquanto Cesar Maia era prefeito, a vila é referência para a comunidade. Para a pedagoga e moradora da Providência Maura Silva, a vila “É local importante porque você tira a criança do tempo ocioso, livra ela do tráfico, por exemplo. É um espaço que atende não apenas à população da região como de outros bairros também”.
Vila olímpica seria instalada nas alturas
Para a Cdurp, nem tudo está perdido. A companhia explicou que os equipamentos esportivos - ou o que sobrar deles - que darão lugar ao prédio do VLT serão transferidos para um terreno vizinho durante a construção do novo empreendimento. “Após a conclusão da obra, os equipamentos serão reconstruídos no mesmo local, sobre o prédio do Ciom, sem prejuízo à comunidade”, informou a Cdurp em nota, sem entrar em detalhes.
A previsão é que em 2014 duas linhas do VLT comecem a operar: Vila de Mídia-Cinelândia via Praça Mauá e Central-Praça Mauá via Túnel da Providência. As outras quatro entrarão em operação até 2016. 

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