segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Seminário Rio 2016 apresenta resultados e legados para a cidade

Maria Silvia Bastos Marques. Esse é o nome da presidente da Empresa Olímpica Municipal, órgão que tem a responsabilidade de aproveitar os Jogos Olímpicos de 2016 para criar um legado para o Rio. Maria, que está à frente dos planejamentos em mobilidade urbana e infraestrutura, acredita que este legado já existe em alguns projetos. Esse legado e a oportunidade de transformar a cidade, em todas as direções, foi o tema de sua palestra no seminário “2016 é agora”, na semana passada.Os BRTs são exemplo disso. A TransOeste, (liga Guaratiba ao terminal Alvorada), é o primeiro modal de transporte de alta capacidade na Zona Norte. Além dele, a região ainda receberá o BRT Transcarioca, que fará a ligação com o Aeroporto Internacional Tom Jobim.

"A maior valorização imobiliária do Rio, hoje, é Campo Grande, por causa do BRT, e a segunda é Madureira, onde foi feito o Parque Madureira. Esse é o legado que já acontece. Talvez a maior transformação para o Rio seja a mobilidade urbana. É uma revolução. Temos nove mil ônibus na cidade, que vão ser reduzidos à um terço e terão que funcionar de outra forma. O BRT vai fazer longas distâncias, como um metrô na superfície, e será alimentado por estes ônibus. Hoje menos de 20% usam transporte de alta capacidade. A meta é chegar a 60% em 2016. E terá a integração entre as modalidades de transporte: trem, metrô, BRT, ônibus e a bicicleta. Vamos chegar a 350km de ciclovias", afirma Maria.

Outras obras de infraestrutura foram destacadas no evento, como as que que estão acontecendo na Zona Portuária, através do projeto Porto Maravilha; o Veículo Leve Sobre os Trilhos (VLT), que mudará a concepção de transporte no Centro; a ampliação do Elevado do Joá; e as obras de combate às enchentes na região da Tijuca.

Porém, nem tudo "são flores". O Rio está enfrentando alguns desafios que merecem certa atenção: a capacidade de gestão dos projetos, prazos e custos das obras, a utilização futura das instalações olímpicas e o engajamento da população, com a mudança de atitude das pessoas. As acomodações hoteleiras também foram citadas pela presidente, que prevê uma mudança no setor.

"O Brasil pode estar em outro patamar de turismo. Recebemos muito poucos turistas. Londres recebe três vezes tudo o que o Brasil recebe. Barcelona, a metade. E antes das Olimpíadas de 1992, estava numa situação parecida com o Rio hoje. O turismo é o setor que mais emprega no mundo e é a cara do Brasil. E o Rio tinha uma carência histórica de hotéis, pela não renovação e falta de concorrência. Foi feita uma lei em 2010, de incentivo, e hoje temos 75 novos hotéis. Em 2016, queremos chegar a 36 mil leitos, o aumento de 60% do que existe hoje."

No que tange às instalações esportivas, Maria Silvia afirma que busca encontrar soluções para destinar um legado à maioria delas. Como exemplo, ela citou a construção de um ginásio “não fixo” para o handebol, que será desmontado e transformado em quatro escolas na cidade. "Ainda não conseguimos encontrar uma boa solução para o Centro Aquático. É um equipamento que será temporário, e ele é de grande porte, por causa da capacidade das piscinas, por exemplo. Estamos buscando uma solução, como no caso do handebol."

Há, também, diversos investimentos em áreas sociais, como os Ginásios Experimentais Olímpicos, que atendem cerca de três mil alunos, e a utilização do Parque Olímpico depois dos Jogos: "O Parque Olímpico é um bairro do tamanho do Leme. A prefeitura definiu o que vai poder ser feito em termos de sustentabilidade e de utilização. Será um parque público, aberto à população. Depois dos Jogos, a cidade ganha esse parque às margens da Lagoa de Jacarepaguá, que, assim, será protegida."

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